Não há evidências de que a ingestão da placenta pela mãe, após o parto, seja segura. Pode ocorrer contaminação por agentes infecciosos no canal do parto, pela flora bacteriana endógena, especialmente quando há rotura prematura das membranas ovulares. Essa contaminação pode ocorrer também no ambiente hospitalar, ou mesmo na residência da paciente em parto domiciliar, uma vez que o acondicionamento da placenta não obedece a nenhuma norma de conservação para consumo humano. A ingestão da placenta também poderia ser fonte de doenças infectocontagiosas, caso a mãe seja portadora dessas doenças e a placenta seja ingerida pelo parceiro, filho ou outro membro da família.
Uma das justificativas para a ingestão da placenta seria o fato de conter nutrientes e hormônios, como estrogênio. Porém, não se conhece a quantidade desses elementos no tecido placentário, após o parto. Também, questiona-se se seriam absorvidos em concentrações adequadas para ter efeitos significativos sobre a saúde de mãe e filho. Sabe-se, no entanto que, caso a mulher tenha feito acompanhamento pré-natal, não necessitará desse suporte adicional.
Dessa forma, não há evidências científicas que demonstrem os benefícios de ingerir a placenta, como forma de suporte hormonal ou nutricional após o parto, nem de que sua ingestão seja segura, do ponto de vista de contaminação bacteriana e de transmissão de doenças infectocontagiosas.