A Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia – SGGO vem a público manifestar sua profunda indignação e repúdio à suspensão dos atendimentos nas três maternidades públicas de Goiânia — Hospital e Maternidade Dona Iris – HMDI, Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara – HMMCC e Maternidade Nascer Cidadão – MNC — devido à falta de repasse da Prefeitura Municipal de Goiânia. Tal situação agrava o colapso da saúde municipal e compromete a assistência adequada à gestantes e recémnascidos. A interrupção dos serviços coloca em risco a vida de milhares de mulheres e seus bebês, afetando não apenas a qualidade do atendimento, mas também viola o direito constitucional de acesso à saúde. A limitação e a eliminação dos atendimentos a casos de urgência e emergência representa um retrocesso inadmissível na prestação de serviços essenciais à população mais vulnerável.
Além disso, a atual situação impõe graves dilemas éticos e morais aos médicos obstetras, que se veem impossibilitados de prestar o atendimento pleno que a profissão exige. A sobrecarga e a restrição dos recursos colocam os profissionais de saúde em posição de risco, podendo comprometer não apenas a segurança das pacientes e de seus conceptos, mas também a prática médica responsável, forçando os obstetras a adotarem decisões extremas diante da ausência de condições mínimas de trabalho. Reiteramos a necessidade de adoção de medidas urgentes por parte da Prefeitura de Goiânia e da Secretaria Municipal de Saúde para garantir o imediato restabelecimento
dos atendimentos e evitar prejuízos ainda maiores à saúde das mulheres, dos recémnascidos e dos profissionais de saúde. Não é admissível que a saúde da mulher seja colocada em segundo plano devido a problemas administrativos e financeiros.
A Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia solidariza-se com as pacientes, seus conceptos e profissionais diretamente afetados e se manterá vigilante na cobrança de soluções rápidas e eficazes para normalizar os serviços e garantir condições dignas de atendimento e trabalho.
Goiânia, 29 de outubro de 2024.